quinta-feira, setembro 28

Violonistas e cia.




Este encontro inédito e maravilhoso aconteceu no dia 20 de agosto de 2006. Neste dia, um domingo, o Duo Assad fez um concerto no Municipal. O Maogani, o Maurício Carrilho e o Yamandu estavam aqui em São Paulo para participar do tributo a Baden Powell. Enfim, nos encontramos de manhã no Municipal e passamos o dia juntos (mais os violonistas Alessandro Penezzi, a Badi Assad, o Carlinhos Antunes). Na foto, uma das muitas que tirei, estávamos no Bar do Alemão, já altas horas da madrugada. Foi um encontro memorável e inesquecível. Só fiquei triste porque, com tantos amigos e ídolos ali, não pude curtir outro grande ídolo, Paulo César Pinheiro, cantando na mesa ao lado acompanhado pelo Gudin, pela Luciana Rabello, pelo Maurício Carrilho, etc. Que privilégio!!!

sexta-feira, setembro 22

Retrato Cantado

(Márcio Proença e Aldir Blanc)

Quem me vê sentado
atrás dessa mesa de escriturário
não vê o tarado, o louco, o sanguinário
o bárbaro sem véu
o estripador cruel
Não me vê no convés
de um veleiro de três mastros
me guiando pelos astros
a caminho de Bornéu

Não sabem que eu roubo
meninos na praça quando a tarde cai
e que os vespertinos já me apelidaram
de monstro assassino
do Parque Shangai

Mas eles não sabem
que eu sou gigolô de beira de cais
que eu sou o autor do crime da mala
que eu larguei o trapézio por beber demais
E nem imaginam
as atrocidades que vou cometer
Não desconfiam
que a causa de tudo
é não conseguir me esquecer de você
Eu não consegui
me esquecer de você...
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Desnecessário dizer que sou APAIXONADA pelo Aldir Blanc e que há muito gostaria de ter feito uma homenagem ao mestre por aqui. Ainda não deu. Mas essa música acima é um vício na minha vida. Não posso pôr esse disco (Aldir Blanc, 50 anos, Alma produções Ltda.) - quando chega nessa faixa, cantada lindamente pelo Aldir, é repeat o dia todo, fora de brincadeira.

No mais, muito amor, muita dor, muita ginástica. Estou ressuscitando meu corpinho. Dá um trabalho...
Ah, e muitos livros - não deixem de ler O paraíso é bem bacana, André Sant´Anna, Cia das Letras (2006). São quase 500 páginas que economizei pra durar mais minha leitura. Genial.

terça-feira, setembro 12

Grande paixão

Grande paixão
(Vinícius de Morais)

Sofro por ti meu amor
Grande paixão
Grande paixão
Longe de ti tudo é só
Desilusão

Ai quem me dera
Ai quem me dera
O teu langor
A primavera
A primavera
É toda em flor

Retorna a mim esquecida
Que existe o adeus
E vem jazer
Morta enfim
Nos braços meus

Ah, minha amada
Sem fim
Na solidão
Volta que dói
Tanto em mim
Grande paixão
______________________________________
in Poesia completa e prosa: "Cancioneiro". Não deixem de conhecer o ótimo site sobre
Vinícius de Morais.

Da chegada do amor
(Elisa Lucinda)

Sempre quis um amor
que falasse
que soubesse o que sentisse.
Sempre quis uma amor que elaborasse
Que quando dormisse
ressonasse confiança
no sopro do sono
e trouxesse beijo
no clarão da amanhecice.

Sempre quis um amor
que coubesse no que me disse.
Sempre quis uma meninice
entre menino e senhor
uma cachorrice
onde tanto pudesse a sem-vergonhice
do macho
quanto a sabedoria do sabedor.

Sempre quis um amor cujo
BOM DIA!
morasse na eternidade de encadear os tempos:
passado presente futuro
coisa da mesma embocadura
sabor da mesma golada.
Sempre quis um amor de goleadas
cuja rede complexa
do pano de fundo dos seres
não assustasse.
Sempre quis um amor
que não se incomodasse
quando a poesia da cama me levasse.
Sempre quis uma amor
que não se chateasse
diante das diferenças.

Agora, diante da encomenda
metade de mim rasga afoita
o embrulho
e a outra metade é o
futuro de saber o segredo
que enrola o laço,
é observar
o desenho
do invólucro e compará-lo
com a calma da alma
o seu conteúdo.
Contudo
sempre quis um amor
que me coubesse futuro
e me alternasse em menina e adulto
que ora eu fosse o fácil, o sério
e ora um doce mistério
que ora eu fosse medo-asneira
e ora eu fosse brincadeira
ultra-sonografia do furor,
sempre quis um amor
que sem tensa-corrida-de ocorresse.
Sempre quis um amor
que acontecesse
sem esforço
sem medo da inspiração
por ele acabar.
Sempre quis um amor
de abafar,
(não o caso)
mas cuja demora de ocaso
estivesse imensamente
nas nossas mãos.
Sem senãos.
Sempre quis um amor
com definição de quero
sem o lero-lero da falsa sedução.
Eu sempre disse não
à constituição dos séculos
que diz que o "garantido" amor
é a sua negação.
Sempre quis um amor
que gozasse
e que pouco antes
de chegar a esse céu
se anunciasse.

Sempre quis um amor
que vivesse a felicidade
sem reclamar dela ou disso.
Sempre quis um amor não omisso
e que sua estórias me contasse.
Ah, eu sempre quis um amor que amasse.

terça-feira, setembro 5

Adélia Prado

Conheci essa escritora mineira maravilhosa na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip). Ela é apaixonante. Falou coisas lindas em sua palestra. E recitou esse poema, que fez todo mundo chorar.

As Mortes Sucessivas

Quando minha irmã morreu eu chorei muito
e me consolei depressa. Tinha um vestido novo
e moitas no quintal onde eu ia existir.
Quando minha mãe morreu
Me consolei mais lento.
Tinha uma perturbação recém-achada:
meus seios conformavam dois montículos
e eu fiquei muito nua,
cruzando os braços sobre eles é que eu chorava.
Quando meu pai morreu
Nunca mais me consolei.
Busquei retratos antigos, procurei conhecidos,
parentes, que me lembrassem sua fala,
seu modo de apertar os lábios e ter certeza.
Reproduzi o encolhido do seu corpo
em seu último sono e repeti as palavras
que ele disse quando toquei seus pés:
´deixa, tá bom assim´.
Quem me consolará desta lembrança?
Meus seios se cumpriram
e as moitas onde existo
são pura sarça ardente de memória.

Retirado do livro Bagagem, de Adélia Prado (Ed. Record)
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Neste mês li os livros O pelicano (RJ-1987), A faca no peito (Rocco-1988), Cacos para um vitral (Nova Fronteira - 1980), Quero minha mãe (Record) e Vida doida (Ed. Alegoria, 2006), que reúne alguns poemas.



Tirei essa foto quando peguei autógrafos. Não é linda?
Adélia comentou sobre a influência que teve na sua vida o livro Resposta a Jó, de Jung. Fiquei curiosa! Li O grito de Jó, de Luiz José Dietrich, e agora estou começando o do Jung. É muito interessante.

segunda-feira, setembro 4

Estou feminista ultimamente...

Declaração de amor às mulheres!
Texto de Sérgio Gonçalves -redator da Loducca, publicado no jornal da agência

Se uma memória restou das festinhas e reuniões de familiares da minha infância, foi a divisão sexual entre os convivas: mulheres de um lado, homens do outro.
Não sei se hoje isso ainda ocorre. Sou anti-social ao ponto de não frequentar qualquer evento com mais de 4 pessoas, o que não me credencia a emitir juízo. Mas era assim que a coisa rolava naqueles tempos.
Tive uma infância feliz: sempre fui considerado esquisito, estranho e solitário, o que me permitia ficar quieto observando a paisagem.
Bom, rapidinho verifiquei que o apartheid sexual ia muito além das diferenças anatômicas. A fronteira era determinada pelos pontos de vista, atitude e prioridades.
Explico:
No "corner" masculino imperava o embate das comparações e disputas. Meu carro é mais potente, minha TV é mais moderna, meu salário é maior, a vista do meu apartamento é melhor, o meu time é mais forte, eu dou 3 por noite e outras cascatas típicas da macheza latina.
Já no "corner" oposto, respirava-se outro ar. As opiniões eram quase sempre ligadas ao sentir, a falava-se de sentimentos, frustrações e recalques com uma falta de cerimônia que me deliciava.
Os maridos preferiam classificar aquele ti-ti-ti como fofoca.
Discordo.
Destas reminiscências infantis veio a minha total e irrestrita paixão pelas mulheres.
Constatem, é fácil.
Enquanto o homem vem ao mundo completamente cru, frequentando e levando bomba no bê-a-bá da vida, as mulheres já chegam na metade do segundo grau. Qualquer menina de 2 ou 3 anos já tem preocupações de ordem prática. Ela brinca de casinha e aprende a dar um pouco de ordem nas coisas. Ela pede uma bonequinha que chama de filha e da qual cuida, instintivamente, como qualquer mãe veterana. Ela fala em namoro mesmo sem ter uma idéia muito clara do que vem a ser isso. Em outras palavras, ela já chega sabendo. E o que não sabe, intui. Já com os homens a historia é outra. Você já viu um menino dessa idade brincando de executivo? Já ouviu falar de algum moleque fingindo ir ao banco pagar as contas? Já presenciou um bando de meninos fingindo estar preocupados com a entrega da declaração do Imposto de Renda? Não nunca viram e nem verão.
Porque o homem nasce, vive e morre uma existência juvenil. O que varia ao longo da vida é o preço dos brinquedos.
E aí reside a maior diferença: o que para as meninas é treino para a vida, para os meninos é fantasia, é competição. É fuga.
Falo sem o menor pudor. Sou assim. Todo homem é assim.
Em relação ao relacionamento homem/mulher, sempre me considerei um privilegiado. Sempre consegui enxergar a beleza física feminina mesmo onde, segundo os critérios estéticos vigentes ela inexistia. Porque toda mulher é linda. Se não no todo, pelo menos em algum detalhe. É só saber olhar. Todas têm sua graça. E embora contaminado pela irreversível herança genética que me faz idolatrar os ícones de cafajestismo, sempre me apaixonei perdidamente por todas as incautas que se aproximaram de mim. incautas nao por serem ingênuas, mas por acreditarem.
Porque toda mulher acredita firmemente na possibilidade do homem ideal.
E esse é o seu único defeito!

domingo, setembro 3

Texto de Arnaldo Jabor sobre as mulheres com mais de 30...

Isto é para as mulheres de 30 anos pra cima... E para todas aquelas que estão entrando nos 30, e para todas aquelas que estão com medo de entrar nos 30...E para homens que têm medo de mulheres de mais de 30!!!

"Á medida que envelheço, e convivo com outras, valorizo mais as mulheres que estão acima dos 30. Estas são algumas razões do porquê:
- Uma mulher de 30 nunca o acordará no meio da noite para perguntar: "O que você está pensando?" Ela não se importa com o que você pensa, mas se dispõe de coração se você tiver a intenção de conversar.

- Se uma mulher de 30 não quer assistir o jogo, ela não fica à sua volta resmungando. Ela faz alguma coisa que queira fazer. E, geralmente é alguma coisa bem mais interessante.

- Uma mulher de 30 se conhece o suficiente para saber quem é, o que quer e quem quer. Poucas mulheres de 30 se incomodam com o que você pensa dela ou sobre o que ela está fazendo.

- Mulheres dos 30 são honradas. Elas raramente brigam aos gritos com você durante a ópera ou no meio de um restaurante caro. É claro, que se você merecer, elas não hesitarão em atirar em você, mas só se ainda sim elas acharem que poderão se safar impunes.

- Uma mulher de 30 tem total confiança em si para apresentar-te para suas melhores amigas. Uma mulher mais nova com um homem tende a ignorar mesmo sua melhor amiga porque ela não confia no cara com outra mulher. E falo por experiência própria. Não se fica com quem não se confia, vivendo e aprendenndo né???

- Mulheres se tornam psicanalistas quando envelhecem. Você nunca precisa confessar seus pecados para uma mulher com mais de 30. Elas sempre sabem.

- Uma mulher com mais de 30 fica linda usando batom vermelho. O mesmo não ocorre com mulheres mais jovens.

- Mulheres mais velhas são diretas e honestas. Elas te dirão na cara se você for um idiota, se você estiver agindo como um!

- Você nunca precisa se preocupar onde você se encaixa na vida dela. Basta agir como homem, e o resto deixe que ela faça.

- Sim, nós admiramos as mulheres com mais de 30 por um "sem" número de razões. Infelizmente, isso não é recíproco.Para cada mulher de mais de 30, estonteante, inteligente, bem apanhada e sexy, existe um careca, velho, pançudo em calças amarelas bancando o bobo para uma garçonete de 22 anos. Senhoras, eu peço desculpas: Para todos os homens que dizem, "porque comprar a vaca se você pode beber o leite de graça?", aqui está a novidade para vocês: Hoje em dia 80% das mulheres são contra o casamento, sabe por quê? Porque as mulheres perceberam que não vale a pena comprar um porco inteiro só para ter uma lingüiça. Nada mais justo."

Arnaldo Jabor.