sexta-feira, março 24

Grupo Choro Rasgado

Hoje descobri um texto sobre o CD do grupo Choro Rasgado no site americano All About Jazz.

Aliás, pra quem ainda não conhece o grupo, o Choro Rasgado é formado por Zé Barbeiro (violão de 7 cordas), Alessandro Penezzi (violão), Rodrigo Y Castro (flauta) e Roberta Valente - eu, no pandeiro.

Lançamos recentemente o CD Baba de Calango (gravadora Maritaca). Em abril (dias 1, 15 e 29, 13 h), haverá shows de lançamento do CD no Sesc Vila Mariana.

No site da Maritaca é possível ouvir trechos de algumas músicas do disco, que traz catorze músicas (entre polcas, choros, valsas) de autoria dos violonistas e compositores Zé Barbeiro e Alessandro Penezzi.

Dois ótimos textos sobre o CD:
* Na seção de artigos da Revista Música Brasileira, por Daniel Brazil;

* Na coluna Carta Brasilis, do Jornal Brazilian Press, texto de Áurea Alves.

Amigos...

Os amigos sempre foram a coisa mais importante na minha vida. Sempre! Uma coisa sagrada, a amizade. E posso comemorar, porque tenho grandes amigos. Sou uma pessoa privilegiada, sem sombra de dúvida. E não sei o que seria de mim sem eles. Esta semana recebi um e-mail tão lindo de uma pessoa querida que até chorei, vejam só se pode:

"Como disse o maravilhoso Guimarães: viver é muito perigoso. E patinar por essa vida não é nada fácil. Mas quer saber de uma coisa? Vale muito a pena se a gente puder ter música na alma e carinhos musicalizados no coração. Como você. E eu, que tenho o privilégio de conviver, entre tempos e espaços, entre maravilhas e shows, entre conversas e cumplicidades, com você, só posso achar que a minha vida, que nem sempre valeu a pena, se enche do charme dos botequins, das vertiginosas e hipnóticas magias do pandeiro (que parece endemoniado, sendo pra sempre a extensão generosa das suas mãos), e sinceramente, passa a valer e muito. À você, também como o Goldenberg, meu pandeiro preferido, todos os meus agradecimentos, meu carinho e minha amizade.

Obrigada, Ro, por me emprestar seus ouvidos pra poder escutar e sentir esse mundão musical tão cheio de maravilhas e de espantos. É com eles que eu agora me enfio na leitura do botequim que é meu lar também. Maravilhada. Veja como eu sou privilegiada: o Juan Rulfo me deu seus olhos para ver mundos; o Guimarães, percepções para transitar entre mundos; a Clarice, solidões para edificar mundos e você, Roberta Valente, ouvidos generosos para me inserir, com raízes no melhor dos mundos: o da música brasileira. Sou ou não sou sortuda?"

Nâo é lindo?

domingo, março 12

Bienal do Livro

Amigos, só mesmo uma bienal do livro pra me tirar da cama às 8 da manhã. Pois o único dia em que eu poderia ir, a princípio, era o dia da abertura, 9/3. E só até às 13 h. Então resolvi criar coragem pra madrugar (foi duro, pois tinha ido dormir às 5 da matina) e fui - claro que só consegui com o apoio, a companhia e a carona da minha querida amiga Simone!

Mas que sofrimento... em todos os sentidos. Primeiro porque surtei. Sim, a melhor definição é esta: surtei. Não consegui sair do primeiro estande - o meu predileto, talvez - o das editoras universitárias. Comprei livros maravilhosos, como o Dicionário Temático do Ocidente Medieval (Le Goff e Jean-Claude Schmitt), da Edusc. Pela metade do preço, não acreditei. E dá-lhe Guimarães: JGR: Metafísica do Grande Sertão, de Francis Utéza, Edusp, e O Léxico de Guimarães Rosa, de Nilce Sant´Anna Martins, Edusp. E num outro estande, pela bagatela de R$ 10,00, O Roteiro de Deus: Dois Estudos sobre Guimarães Rosa, de Heloisa Vilhena de Araújo, Mandarim. Três livrões enormes e muito apetitosos. Não vejo a hora de saboreá-los. E ainda O Diabo no Imaginário Cristão, de Carlos Roberto Nogueira, Edusc, e Metamorfoses do Mal - Uma Leitura de Clarice Lispector, de Yudith Rosenbaum, Edusp. Da Editora UFRJ comprei o belo Inventando Carnavais - O Surgimento do Carnaval Carioca no Século XIX e Outras Questões Carnavalescas. E deixei de comprar milhares de livros: como passei vontade, meu Deus!!

Depois de umas duas horas nesse estande, finalmente conseguimos dar uma voltinha, e o sofrimento continuou: dessa vez pelo peso que tivemos que carregar pelo resto da feira, com quinhentas mil sacolas. E haja tendinite. Meus dedos ficaram em frangalhos. E eu já não me sentia muito bem, o calor era insuportável. O ar-condicionado desligado, nossa, cheguei a ter a sensação de desmaio, tal o calor (e o cansaço)! E o ódio por não ser milionária.

E mais um livrinho aqui, um livrão ali, coisa e tal, e resolvemos dar aquela paradinha no estande do Sesc. Ah, pra quê. As coleções de CDs do programa Ensaio estavam pela metade do preço, R$ 49,00 cada caixa. Eu não tinha as três últimas, e lá vai barão... E o peso quintuplicou.

Ganhei um livro lindo da Si, sobre samba, e cometi, logo em seguida, minha maior e última insanidade do dia: dei um pulinho na Rocco e completei minha coleção de Clarice Lispector. Acredito ter a obra toda, agora. Por favor, não morram de inveja ;-)

E passamos muita vontade nos estandes do Memorial da América Latina, da Imprensa Oficial, da Ateliê Editorial, nos estandes de livros espanhóis (pobre Simone, quase morreu...) com tantos Cortázas e Rulfos, etc. Melhor nem comentar.

Mas apesar do calor excessivo foi um luxo ter a bienal só pra nós (claro, no primeiro dia, na primeira hora, estava vazia...).

Boa semana ;-)