sexta-feira, setembro 22

Retrato Cantado

(Márcio Proença e Aldir Blanc)

Quem me vê sentado
atrás dessa mesa de escriturário
não vê o tarado, o louco, o sanguinário
o bárbaro sem véu
o estripador cruel
Não me vê no convés
de um veleiro de três mastros
me guiando pelos astros
a caminho de Bornéu

Não sabem que eu roubo
meninos na praça quando a tarde cai
e que os vespertinos já me apelidaram
de monstro assassino
do Parque Shangai

Mas eles não sabem
que eu sou gigolô de beira de cais
que eu sou o autor do crime da mala
que eu larguei o trapézio por beber demais
E nem imaginam
as atrocidades que vou cometer
Não desconfiam
que a causa de tudo
é não conseguir me esquecer de você
Eu não consegui
me esquecer de você...
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Desnecessário dizer que sou APAIXONADA pelo Aldir Blanc e que há muito gostaria de ter feito uma homenagem ao mestre por aqui. Ainda não deu. Mas essa música acima é um vício na minha vida. Não posso pôr esse disco (Aldir Blanc, 50 anos, Alma produções Ltda.) - quando chega nessa faixa, cantada lindamente pelo Aldir, é repeat o dia todo, fora de brincadeira.

No mais, muito amor, muita dor, muita ginástica. Estou ressuscitando meu corpinho. Dá um trabalho...
Ah, e muitos livros - não deixem de ler O paraíso é bem bacana, André Sant´Anna, Cia das Letras (2006). São quase 500 páginas que economizei pra durar mais minha leitura. Genial.