quarta-feira, agosto 23

Coisas 1

Logo Agora
(Jorge Aragão/Jotabê)

Agora, justamente agora
Agora que eu penso ir embora você me sorri
Me sorri
Passou a noite inteira
Com seu amor do lado
Fingiu um bocado
Mas hoje em dia os amores são assim
Ele foi embora
Nem faz uma hora
Pensando quem sabe nos beijos
Que você lhe deu
Tolo...
Pensou que beijar sua boca foi consolo
Despertou o instinto da fêmea
Que agora quer se deixar abater
Se sentir caçada, dominada até desfalecer
Agora eu entendo o sorriso
Ele é que não entendeu
Se não fez amor com você
Faço eu
Logo agora...
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Gravada lindamente por Emílio Santiago. Aprendi esta música lá por 1987, com meu amigo Valtinho, violonista do Bom Motivo Bar, na época. Hoje Valtinho toca todos os sábados no Bar do Cidão. É uma delícia escutá-lo, aprendi muitoooo com ele, dono de um repertório infinito.

Escrevi isso agora porque deu saudades, mas eu vim aqui mesmo é pra contar que fui pra Paraty, para participar da Flip (http://portalliteral.terra.com.br/Literal/calandra.nsf/0/F169BF0250561A61032571C4008124C5?opendocument&pub=T&proj=Literal&sec=Especial). Que evento lindo, puxa vida. Bem-organizado, barato, estimulante, enfim, minha tendinite me impede de contar os detalhes. Claro que a cidade já está pequena pra grandeza e importância do evento, mas isso não me incomodou em nada. Beijar e abraçar Adélia Prado, dentre outros ídolos, foi bastante compensador (http://www.estadao.com.br/arteelazer/letras/noticias/2006/ago/13/56.htm).

E ouvir Ferreira Gullar declarar que não quer ter razão, mas sim ser feliz, também foi inesquecível (http://www.estadao.com.br/arteelazer/letras/noticias/2006/ago/14/252.htm).

E amei conhecer autores maravilhosos como Toni Morrison, Reinaldo Moraes, André Sant'anna, Lourenço Mutarelli, André Laurentino. Admirei profundamente Christopher Hitchens, mesmo discordando de suas opiniões polêmicas, e soube que o Gabeira teve crises de estrelismo ao se recusar a autografar livros por conta do tamanho da fila (a mesma em que ficou Adélia Prado por mais de duas horas dando autógrafos).

Num dos eventos "off-flip" tive o prazer enorme de conhecer a "Ciranda de Paraty"... são senhores tocando violão, cavaquinho, viola, pandeiro (não como é tocado no samba e no choro, mas sim como é tocado na chula), cantando e dançando lindamente. Fiquei muito emocionada, que bom que eles mantiveram a tradição daquele gênero tão rico. E, na mesma noite, assisti o show do grupo Ciranda Elétrica. Trata-se da nova geração de músicos de Paraty, que acrescentam instrumentos como a guitarra, o baixo e a percussão à ciranda tradicional. Não faz muito meu gênero, mas achei fantástico os jovens recriarem a ciranda, atentos à tradição.

No mais, encontrei amigos queridíssimos e conheci pessoas muito interessantes. Dentre eles, minha amada Maria Martha, grande cantora, pessoa MARAVILHOSA, que arrancou lágrimas de meus olhos no domingo, quando fui escutá-la no agradável Margarida Café. Como essa mulher canta, meu Deus. Gostaria tanto de ver a Maria tendo o merecimento que merece! ai, que mundo injusto.

Bom, espero poder voltar no ano que vem.

Ah, sim, ia me esquecendo... Paraty continua uma cidade linda de morrer. Vi a lua nascer, cheia e alaranjada, na beira do rio, dois dias seguidos. Indescritível. No entanto, foi muito triste ver índios na rua como mendigos, vendendo seu belo artesanato, com suas crianças dormindo na calçada fria. Acho que a prefeitura de lá bem que poderia tomar uma atitude a esse respeito. É isso!

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Olá!!
Eu adoro os sábados no bar do cidão e o repertório do valtinho!
Só que muitas musicas não sei o nome, nem de quem é.. será que vc poderia me ajudar, fazer uma listinha com algumas músicas?
Obrigada!
meu email é a_haertel@hotmail.com

novembro 26, 2006 3:02 PM  

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