segunda-feira, julho 31

Não tem nada

Rumo ao sumo
(Paulo Leminski)

Disfarça, tem gente olhando.
Uns, olham pro alto,
cometas, luas, galáxias.
Outros, olham de banda,
lunetas, luares, sintaxes.
De frente ou de lado,
sempre tem gente olhando,
olhando ou sendo olhado.

Outros olham pra baixo,
procurando algum vestígio
do tempo que a gente acha,
em busca do espaço perdido.
Raros olham para dentro,
já que não tem nada.
Apenas um peso imenso,
a alma, esse conto de fada.
_____________________________________
Do livro La vie en close c´est une autre chose.

Passei a semana no Rio, foi muito bom, como sempre. O Prêmio Tim foi, sem sombra de dúvida, o evento mais balado que já participei. Muitos ídolos e amigos do passado e do presente, como Billy Blanco, João Bosco, A Cor do Som, Marcos Valle, Banda Mantiqueira (vencedores da categoria melhor grupo instrumental, que me deixou muito feliz), Spok Frevo e Orquestra (que ganhou na categoria que nós, Choro Rasgado, estávamos concorrendo), Maria Bethânia, Barbatuques, Luiz Carlos da Vila, Cláudio Jorge, Antônio Nóbrega, Nilze Carvalho, Rildo Hora, etc., etc., etc.
Trocentos globais, na verdade parecia um desfile de celebridades. Críticas: pediram pra todos chegarem impreterivelmente às 20 h. O evento começou às 22 h. Depois da festa teve um jantar, mas só para alguns. Não entendi até agora o critério de escolha dos convidados. Enfim, não fomos convidados. Todos nossos amigos foram, foi muito chato isso. O evento foi transmitido ontem pela Globo. Mostraram todas as entregas, todos os vencedores, menos o da categoria Revelação, que o Spok ganhou. Na minha opinião a categoria que mais deveria aparecer. Achei isso terrível, muito mau gosto. Esperar o que da Globo, não?
No mais, foi lindo. O Municipal do Rio é espetacular, o evento foi bem organizado, a homenagem ao Jair Rodrigues foi linda, mais do que merecida.

Tive o prazer de participar de uma roda na casa do Rogerinho Caetano e da Milena Tibúrcio, ambos grandes músicos, muito queridos. Com Rogerinho, Alessandro Penezzi, Arismar, Yamandu, Armandinho da Bahia (eu já era fã do músico, ele é o máximo). Foi demais, das 22 h às 7 da manhã, na quarta à noite, quando o Flamengo foi campeão. Em determinado momento ouvimos gritos, muitos gritos e muitos fogos, foi emocionante. Era Flamengo pra todo lado. Estávamos na cobertura de um prédio que tem uma vista linda, foi uma noite pra lá de mágica. Pena que eu estava sem uma câmera fotográfica.

E fiz muitos passeios, com amigos daqui e do Rio, todos muito queridos, conheci finalmente o Léo (estou apaixonada por ele), filho do Paulo e da Chris, do samba-choro; participei de um churrasco delicioso comandado pelo Fefê, outro amigo querido, e voltei! Minha tendinite me impede de contar os detalhes mais sórdidos da viagem - que bom!

Só resta dizer que cada vez mais tenho vontade de morar no Rio de Janeiro.