domingo, dezembro 16

Não Tem Perdão

(Ivan Lins/Ronaldo Monteiro de Souza)

Não vou deixar
Nem você nem ninguém
Me envolver
Me arrastar e me rasgar
E espalhar
Meus retalhos pelo mundo afora

Não posso crer
Em você quer (sic) meu mal
Nem vou ver mel aonde só tem sal
Nem vou ser cordial pois dói demais

O que acontece é que quem faz
O meu carnaval sou eu
Pra quem sabe você morreu
Falsidade não tem perdão

O que acontece é que quem faz
O meu carnaval sou eu
Pra quem sabe você morreu
Falsidade não tem perdão.
___________________________________________
Sexta passada foi ao ar o programa Mosaicos, na TV Cultura, um tributo a Nelson Cavaquinho, que eu tive a honra de participar com meu grupo Ó do Borogodó. Foi maravilhoso (o programa será reprisado em fevereiro). Nós tocamos um choro do Nelson (Caminhando) e acompanhamos três cantoras muito especiais, duas delas grandes amigas minhas: Giana Viscardi e Dayse Cordeiro. A terceira eu não conhecia, trata-se da mineira Ângela Evans. Nunca tinha ouvido falar nela. Quando vi seu CD fiquei espantada: um encarte lindíssimo, e um repertório impecável: sambas de Elton Medeiros, Gudin, Wilson das Neves, Claudio Jorge, Nei Lopes, Wilson Moreira, Luiz Carlos da Vila, Sergio Santos, Paulo César Pinheiro, dentre outros grandes compositores. Fiquei muito apaixonada. O site dela é bem bonito, e sei que o disco dela será relançado agora pela Biscoito Fino. Não deixem de conhecer esse lindo trabalho. Os músicos são, em quase todas as músicas: Cristóvão Bastos: Piano, Jurim Moreira: Bateria, João Lyra: Violão, Bororó: Baixo Acústico e
Ovídio Brito: Ganzá e percussão. Mais duas pérolas:

NADA A DECLARAR
(Cristóvão Bastos/Nei Lopes)

Nada a declarar
Nem contrapor
Nada não
Mágoa é pra calar
Fechar a dor no coração
Toda euforia
Traz vazio e depressão
Mas cada pedra que a gente quebra
É uma lição
Eu não vou fazer declaração
Fale você
Ai, eu não

A mágoa
é roupa que a gente enxágua
Lá no íntimo,
na água que nos molha a face
Hoje eu prefiro cantar
Meu canto é meu disfarce
Nada tenho a declarar
Só tenho a disfarçar.
________________________________________________
SETE SAIAS
(Wilson Moreira/Nei Lopes)

Tava na beira da praia
Quando me deu arrepio
Não tava fazendo frio
Nem soprava o vento
Lá da Marambaia
Tava na beira da praia

Tava na beira do rio
Quando me deu um desmaio
Eu não tô cacurucaio
Mas meu pensamento
Deu feito um vazio
Tava na beira do rio

Na beira da praia, na margem do rio
Sentindo arrepio, vertigem, desmaio
É rabo de saia
Fazendo mandinga de amarrador
Senhora do rio, Iaiá sete saias
Não deixa que eu caia no redemoinho
Me tira o arrepio
E devolve a mandinga pra quem me mandou.

Obrigada, Ângela.