E mais discões
Meus poucos e fiéis leitores, dou as caras aqui depois de longo inverno pra falar de novos disquinhos - que perante minha demoram já se tornaram velhos. A pilha na minha mesa está praticamente despencando. Resolvi escrever apenas uma linha sobre cada um deles e paciência!
* O primeiro é o Hemisférios, do superbaixista Thiago do Espírito Santo, gravado ao vivo no Cachuera e lançado pela Fubá Music. Lindo CD, gravado em trio, Thiago, Alex Buck na bateria e Edson Santana ao piano. Detalhe para o belo encarte, que traz a reprodução de um quadro do Sergio Fabris. O disco só tem um defeito: são apenas sete músicas ;-)
* Vinícius Dorin, Revoada - Belo CD de um dos maiores saxofonistas do Brasil, lançado pela Maritaca.
* O próximo CD é novíssimo, saído da fábrica: Abrideiras, do grupo Fina Estampa, Acari. São doze choros interpretados pelo Lucas da Rosa (bateria e percussão), André Ribeiro (bandolim), Maria Beraldo Bastos (clarinete), Joana Queiroz (clarone sax e clarinete), Eduardo Lobo (violões) e Danilo Penteado (cavaquinho e baixo). Tem a participação do Maurício Carrilho e músicas lindas, como Obrigado Paulinho, do Radamés Gnattali e Um Draminha pro Sr. Incrível, da Maria Beraldo Bastos.
* Samba de Fato e Cristina Buarque interpretam Mauro Duarte - CD duplo da DeckDisc. Importante resgate desse grande compositor.
* Egberto Gismonti Group - Música de Sobrevivência - que disco espetacularrrrrrrrr. Ficou meses no meu som aqui, não conseguia parar de ouvi-lo.
* Angenor - Cida Moreira - Lançamento recente da Lua Discos. Cida fez um bonito disco, com uma seleção de repertório excelente. Dentre elas:
A canção que chegou
(Cartola/Nuno Veloso)
Toda tristeza que havia
Agora expulsei
Com a canção que chegou
E vou cantando alegre
A felicidade que Jesus mandou
Lembro dos tempos de outrora
Que quase me roubam
A esperança e a fé
E hoje me volto contente
Cantando pra Deus
Que tanto me ajudou
Não vou culpar os amigos
Fingidos que outrora eu tive
Na vida
Nem vou dizer
Que a razão do fracasso
Se prende a batalhas perdidas
E confiante despeço-me
Todo feliz a cantar
Agradecido ao bom Senhor
Por me ajudar.
Evite, meu amor
(Cartola)
Evite, meu amor
Recuse os braços meus
Evitarei os beijos teus
Culpado foi o destino
Se somos dois feridos
Pois preparou a trama
E entregou ao cupido
Vem, vem, estais chorando
Por certo chorarei
Feliz está teu coração
E peço-te perdão
Das vezes que errei
Mas este amor evitarei.
Feriado na Roça
(Cartola)
Quando soube que Maria Rosa vinha
Da cidade onde tinha ido há dias passear
Gritei contente graças ao nosso senhor
Eu pensei que meu amor
Não queria mais voltar
E tratei logo de enfeitar minha palhoça
Parei toda minha roça
Lá ninguém mais trabalhou
Mandei um cabra na taberna de João Bento
Comprar encordoamento
Para dar aos tocador
Daí a duas ou três horas já passadas
Chegou ela acompanhada
De um rapaz de uns 30 anos
E foi chegando
Foi entrando, que coragem
Arrumando a bagagem
Me dizendo vou voltar
Naquela hora minha vista ficou escura
Minha mão foi à cintura e dois tiros disparei
E me encontraram com a arma fumegando
Seu doutor, rindo e chorando
Se morreram os dois não sei.
________________________________
Essa pérola me lembrou outras duas com a mesma temática: Vingança
(Francisco Mattoso e José Maria de Abreu), gravada originalmente por Gastão Formenti em 1935 e regravada divinamente por Mônica Salmaso em seu Iaiá e ainda Quando o samba acabou, do meu predileto Noel Rosa, gravada originalmente em 1933 por Mário Reis.
* Leny Andrade (1975) - da série Clássicos Odeon. Disco belíssimo. Samba puro. Músicas de Ederaldo Gentil, Wilson Moreira, Ary Barroso, Billy Blanco, Waldir da Fonseca, João de Aquino, dentre outros. Músicos da pesada como Xixa (cavaquinho), Evandro do bandolim, Carioca (violão de 7), Branca de Neve (percussão), etc. Destaques:
Prum Samba
(Egberto Gismonti)
Só de documento
Carrego um coração
Que anda espiando
Procurando uma canção
Seja de lua, de morena
Ou de amor, eu amo
Falando mesmo francamente
Eu já estou descrente
Deste meu povo que já não entende
Que basta um pouco de carinho
Um cavaquinho rouco
Uma flautinha, um violão
Prum samba.
Folha Morta
(Ary Barroso)
Sei que falam de mim
Sei que zombam de mim
Oh, Deus!
Como eu sou infeliz!
Vivo à margem da vida
Sem amparo ou guarida
Oh, Deus!
Como eu sou infeliz!
Já tive amores
Tive carinhos
Já tive sonhos
Os dissabores
Levaram minh'alma
Por caminhos tristonhos
Hoje sou folha morta
Que a corrente transporta
Oh, Deus!
Como eu sou infeliz, infeliz
Eu queria um minuto apenas
Pra mostrar minhas penas
Oh, Deus!
Como eu sou infeliz!
___________________________________
Leny arrasou cantando este lindo samba-canção do Ary Barroso, que foi imortalizado por Jamelão (que trocou uma palavra na letra de Ary Barroso, no lugar de "pagar minhas penas", cantou "mostrar minhas penas". Quando o disco saiu, Jamelão levou-o a Ary Barroso, pois estava muito animado com a gravação e queria a aprovação do exigente autor. Após ouvirem juntos, Ary comentou: - Você tem razão. A gravação está excelente. Mas eu não posso "mostrar" minhas penas, Jamelão! Não sei se você já percebeu, eu não tenho penas, Jamelão! Eu sou um animal implume, Jamelão!
Presente do Mar
(Guga de Ogum)
Saravá a Rainha do Mar
Mamãe Iemanjá
Saravá a Rainha do Mar
Presente vou levar
Quero ver redemoinho no mar
Quando o presente arriar
Meu corpo está limpo
De tira-teima e abre-caminho
Espada de Ogum e Corana
Guiné e São Gonçalinho
Cada qual com sua crença
Cada qual com sua fé
Vou arriar meu presente
Na enchente da maré, Odoiá
Vestido de branco eu vou
Com a paz no coração
Peço pra abrir meus caminhos
Conto com a sua proteção,
ô minha mãe.
_____________________________
Belíssimo ponto cantado lindamente.
Praça Mauá
(Billy Blanco)
Praça Mauá
Praça feia, mal falada
Mulheres na madrugada
Onde bobo não tem vez
Praça Mauá
Dos lotações de subúrbio
Lugar comum do distúrbio
Nos trinta dias do mês
Mas se algum dia
Eu mandar nessa cidade
Serás praça da saudade
Do adeus, da emoção
Praça Mauá
O nome me traz à mente
Um soluço, um beijo quente
E um lenço branco na mão.
______________________________
Linda, linda, linda!
* O próximo é o CD Canção do Amor Demais, Olivia Byington canta Tom e Vinícius. Adoro a Olivia, muito muito mesmo. Sou fã dela há séculos. Tive a honra de dividir o mesmo palco com ela no projeto Corrente do Samba, do Arismar, no Sesc Vila Mariana há alguns meses. Ela é uma querida.
Neste disco grande feras como Hamilton de Holanda, Marco Pereira e Dirceu Leite, só pra citar alguns. E músicas lindas... várias já publiquei a letra aqui em outras ocasiões. Vou postar três que eu adoro:
As praias desertas
(Tom Jobim)
As praias desertas continuam
Esperando por nós dois
A este encontro eu não devo faltar
O mar que brinca na areia
Está sempre a chamar
Agora eu sei que não posso faltar
O vento que venta lá fora
O mato, onde não vai ninguém
Tudo me diz
Não podes mais fingir
Por que tudo na vida
Há de ser sempre assim
Se eu gosto de você
E você gosta de mim
As praias desertas continuam
Esperando por nós dois.
Estrada branca
(Tom Jobim e Vinícius de Moraes)
Estrada branca
Lua branca
Noite alta
Tua falta caminhando
Caminhando
Ao lado meu
Uma saudade
Uma vontade
Tão doída
De uma vida
Vida que morreu
Estrada, passarada
Noite clara
Meu caminho é tão sozinho
Tão sozinho
A percorrer
Que mesmo andando
Para a frente
Olhando a lua tristemente
Quanto mais ando
Mais estou perto
De você
Se em vez de noite
Fosse dia
O sol brilhasse
E a poesia
Se em vez de triste
Fosse alegre
De partir
Se em vez de eu ver
Só minha sombra
Nessa estrada
Eu visse ao longo
Dessa estrada
Uma outra sombra
A me seguir
Mas a verdade
É que a cidade
Ficou longe, ficou longe
Na cidade
Se deixou meu bem-querer
Eu vou sozinho sem carinho
Vou caminhando meu caminho
Vou caminhando com vontade de morrer.
_____________________________________
Clássico da música brasileira, imortalizado na voz de Elizeth Cardoso. Amo! Só faltou aqui neste disco a parceria do Vinícius.
Janelas Abertas
(Tom Jobim/Vinicius de Moraes)
Sim
Eu poderia fugir, meu amor
Eu poderia partir
Sem dizer pra onde vou
Nem se devo voltar
Sim
Eu poderia morrer de dor
Eu poderia morrer
E me serenizar
Ah, eu poderia ficar sempre assim
Como uma casa sombria
Uma casa vazia
Sem luz nem calor
Mas quero as janelas abrir
Para que o sol possa vir
Iluminar nosso amor.
Outra vez
(Tom Jobim)
Outra vez
Sem você
Outra vez, sem amor
Outra vez
Vou sofrer
Vou chorar
Até você voltar
Outra vez
Vou vagar
Por aí
Pra esquecer
Outra vez
Vou falar
Mal do mundo
Até você voltar
Todo mundo me pergunta
Porque ando triste assim
Ninguém sabe o que é que eu sinto
Com você longe de mim
Vejo o sol quando ele sai
Vejo a chuva quando cai
Tudo agora é só tristeza
Traz saudade de você.
E assim acabou meu tempo, e ainda faltam uns trinta cds pra eu escrever... o que será de mim?
* O primeiro é o Hemisférios, do superbaixista Thiago do Espírito Santo, gravado ao vivo no Cachuera e lançado pela Fubá Music. Lindo CD, gravado em trio, Thiago, Alex Buck na bateria e Edson Santana ao piano. Detalhe para o belo encarte, que traz a reprodução de um quadro do Sergio Fabris. O disco só tem um defeito: são apenas sete músicas ;-)
* Vinícius Dorin, Revoada - Belo CD de um dos maiores saxofonistas do Brasil, lançado pela Maritaca.
* O próximo CD é novíssimo, saído da fábrica: Abrideiras, do grupo Fina Estampa, Acari. São doze choros interpretados pelo Lucas da Rosa (bateria e percussão), André Ribeiro (bandolim), Maria Beraldo Bastos (clarinete), Joana Queiroz (clarone sax e clarinete), Eduardo Lobo (violões) e Danilo Penteado (cavaquinho e baixo). Tem a participação do Maurício Carrilho e músicas lindas, como Obrigado Paulinho, do Radamés Gnattali e Um Draminha pro Sr. Incrível, da Maria Beraldo Bastos.
* Samba de Fato e Cristina Buarque interpretam Mauro Duarte - CD duplo da DeckDisc. Importante resgate desse grande compositor.
* Egberto Gismonti Group - Música de Sobrevivência - que disco espetacularrrrrrrrr. Ficou meses no meu som aqui, não conseguia parar de ouvi-lo.
* Angenor - Cida Moreira - Lançamento recente da Lua Discos. Cida fez um bonito disco, com uma seleção de repertório excelente. Dentre elas:
A canção que chegou
(Cartola/Nuno Veloso)
Toda tristeza que havia
Agora expulsei
Com a canção que chegou
E vou cantando alegre
A felicidade que Jesus mandou
Lembro dos tempos de outrora
Que quase me roubam
A esperança e a fé
E hoje me volto contente
Cantando pra Deus
Que tanto me ajudou
Não vou culpar os amigos
Fingidos que outrora eu tive
Na vida
Nem vou dizer
Que a razão do fracasso
Se prende a batalhas perdidas
E confiante despeço-me
Todo feliz a cantar
Agradecido ao bom Senhor
Por me ajudar.
Evite, meu amor
(Cartola)
Evite, meu amor
Recuse os braços meus
Evitarei os beijos teus
Culpado foi o destino
Se somos dois feridos
Pois preparou a trama
E entregou ao cupido
Vem, vem, estais chorando
Por certo chorarei
Feliz está teu coração
E peço-te perdão
Das vezes que errei
Mas este amor evitarei.
Feriado na Roça
(Cartola)
Quando soube que Maria Rosa vinha
Da cidade onde tinha ido há dias passear
Gritei contente graças ao nosso senhor
Eu pensei que meu amor
Não queria mais voltar
E tratei logo de enfeitar minha palhoça
Parei toda minha roça
Lá ninguém mais trabalhou
Mandei um cabra na taberna de João Bento
Comprar encordoamento
Para dar aos tocador
Daí a duas ou três horas já passadas
Chegou ela acompanhada
De um rapaz de uns 30 anos
E foi chegando
Foi entrando, que coragem
Arrumando a bagagem
Me dizendo vou voltar
Naquela hora minha vista ficou escura
Minha mão foi à cintura e dois tiros disparei
E me encontraram com a arma fumegando
Seu doutor, rindo e chorando
Se morreram os dois não sei.
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Essa pérola me lembrou outras duas com a mesma temática: Vingança
(Francisco Mattoso e José Maria de Abreu), gravada originalmente por Gastão Formenti em 1935 e regravada divinamente por Mônica Salmaso em seu Iaiá e ainda Quando o samba acabou, do meu predileto Noel Rosa, gravada originalmente em 1933 por Mário Reis.
* Leny Andrade (1975) - da série Clássicos Odeon. Disco belíssimo. Samba puro. Músicas de Ederaldo Gentil, Wilson Moreira, Ary Barroso, Billy Blanco, Waldir da Fonseca, João de Aquino, dentre outros. Músicos da pesada como Xixa (cavaquinho), Evandro do bandolim, Carioca (violão de 7), Branca de Neve (percussão), etc. Destaques:
Prum Samba
(Egberto Gismonti)
Só de documento
Carrego um coração
Que anda espiando
Procurando uma canção
Seja de lua, de morena
Ou de amor, eu amo
Falando mesmo francamente
Eu já estou descrente
Deste meu povo que já não entende
Que basta um pouco de carinho
Um cavaquinho rouco
Uma flautinha, um violão
Prum samba.
Folha Morta
(Ary Barroso)
Sei que falam de mim
Sei que zombam de mim
Oh, Deus!
Como eu sou infeliz!
Vivo à margem da vida
Sem amparo ou guarida
Oh, Deus!
Como eu sou infeliz!
Já tive amores
Tive carinhos
Já tive sonhos
Os dissabores
Levaram minh'alma
Por caminhos tristonhos
Hoje sou folha morta
Que a corrente transporta
Oh, Deus!
Como eu sou infeliz, infeliz
Eu queria um minuto apenas
Pra mostrar minhas penas
Oh, Deus!
Como eu sou infeliz!
___________________________________
Leny arrasou cantando este lindo samba-canção do Ary Barroso, que foi imortalizado por Jamelão (que trocou uma palavra na letra de Ary Barroso, no lugar de "pagar minhas penas", cantou "mostrar minhas penas". Quando o disco saiu, Jamelão levou-o a Ary Barroso, pois estava muito animado com a gravação e queria a aprovação do exigente autor. Após ouvirem juntos, Ary comentou: - Você tem razão. A gravação está excelente. Mas eu não posso "mostrar" minhas penas, Jamelão! Não sei se você já percebeu, eu não tenho penas, Jamelão! Eu sou um animal implume, Jamelão!
Presente do Mar
(Guga de Ogum)
Saravá a Rainha do Mar
Mamãe Iemanjá
Saravá a Rainha do Mar
Presente vou levar
Quero ver redemoinho no mar
Quando o presente arriar
Meu corpo está limpo
De tira-teima e abre-caminho
Espada de Ogum e Corana
Guiné e São Gonçalinho
Cada qual com sua crença
Cada qual com sua fé
Vou arriar meu presente
Na enchente da maré, Odoiá
Vestido de branco eu vou
Com a paz no coração
Peço pra abrir meus caminhos
Conto com a sua proteção,
ô minha mãe.
_____________________________
Belíssimo ponto cantado lindamente.
Praça Mauá
(Billy Blanco)
Praça Mauá
Praça feia, mal falada
Mulheres na madrugada
Onde bobo não tem vez
Praça Mauá
Dos lotações de subúrbio
Lugar comum do distúrbio
Nos trinta dias do mês
Mas se algum dia
Eu mandar nessa cidade
Serás praça da saudade
Do adeus, da emoção
Praça Mauá
O nome me traz à mente
Um soluço, um beijo quente
E um lenço branco na mão.
______________________________
Linda, linda, linda!
* O próximo é o CD Canção do Amor Demais, Olivia Byington canta Tom e Vinícius. Adoro a Olivia, muito muito mesmo. Sou fã dela há séculos. Tive a honra de dividir o mesmo palco com ela no projeto Corrente do Samba, do Arismar, no Sesc Vila Mariana há alguns meses. Ela é uma querida.
Neste disco grande feras como Hamilton de Holanda, Marco Pereira e Dirceu Leite, só pra citar alguns. E músicas lindas... várias já publiquei a letra aqui em outras ocasiões. Vou postar três que eu adoro:
As praias desertas
(Tom Jobim)
As praias desertas continuam
Esperando por nós dois
A este encontro eu não devo faltar
O mar que brinca na areia
Está sempre a chamar
Agora eu sei que não posso faltar
O vento que venta lá fora
O mato, onde não vai ninguém
Tudo me diz
Não podes mais fingir
Por que tudo na vida
Há de ser sempre assim
Se eu gosto de você
E você gosta de mim
As praias desertas continuam
Esperando por nós dois.
Estrada branca
(Tom Jobim e Vinícius de Moraes)
Estrada branca
Lua branca
Noite alta
Tua falta caminhando
Caminhando
Ao lado meu
Uma saudade
Uma vontade
Tão doída
De uma vida
Vida que morreu
Estrada, passarada
Noite clara
Meu caminho é tão sozinho
Tão sozinho
A percorrer
Que mesmo andando
Para a frente
Olhando a lua tristemente
Quanto mais ando
Mais estou perto
De você
Se em vez de noite
Fosse dia
O sol brilhasse
E a poesia
Se em vez de triste
Fosse alegre
De partir
Se em vez de eu ver
Só minha sombra
Nessa estrada
Eu visse ao longo
Dessa estrada
Uma outra sombra
A me seguir
Mas a verdade
É que a cidade
Ficou longe, ficou longe
Na cidade
Se deixou meu bem-querer
Eu vou sozinho sem carinho
Vou caminhando meu caminho
Vou caminhando com vontade de morrer.
_____________________________________
Clássico da música brasileira, imortalizado na voz de Elizeth Cardoso. Amo! Só faltou aqui neste disco a parceria do Vinícius.
Janelas Abertas
(Tom Jobim/Vinicius de Moraes)
Sim
Eu poderia fugir, meu amor
Eu poderia partir
Sem dizer pra onde vou
Nem se devo voltar
Sim
Eu poderia morrer de dor
Eu poderia morrer
E me serenizar
Ah, eu poderia ficar sempre assim
Como uma casa sombria
Uma casa vazia
Sem luz nem calor
Mas quero as janelas abrir
Para que o sol possa vir
Iluminar nosso amor.
Outra vez
(Tom Jobim)
Outra vez
Sem você
Outra vez, sem amor
Outra vez
Vou sofrer
Vou chorar
Até você voltar
Outra vez
Vou vagar
Por aí
Pra esquecer
Outra vez
Vou falar
Mal do mundo
Até você voltar
Todo mundo me pergunta
Porque ando triste assim
Ninguém sabe o que é que eu sinto
Com você longe de mim
Vejo o sol quando ele sai
Vejo a chuva quando cai
Tudo agora é só tristeza
Traz saudade de você.
E assim acabou meu tempo, e ainda faltam uns trinta cds pra eu escrever... o que será de mim?
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